Discovery estreia o especial Sinestésicos: Sentidos Cruzados

Como se explica a expressões artísticas? (Divulgação)
Sinestetas, ou sinestésicos, são pessoas capazes de associar diretamente dois ou mais sentidos. Há aquelas que veem cores em números ou letras; para outras, as melodias assumem formas e texturas; há ainda as que atribuem aromas e sabores aos sons.

No dia 19 de dezembro, à meia noite (de segunda para terça-feira), o Discovery sugere uma abordagem ampla sobre a condição dessas pessoas com a estreia do especial SINESTÉSICOS: SENTIDOS CRUZADOS. Com uma hora de duração, a produção executada pela Mixer Films investiga as sensações de cinco sinestetas a partir da ciência e também das artes.

Primeiro, os participantes do documentário passam por experimentos científicos que buscam mapear eventuais padrões de associação entre os sentidos. Depois, eles narram as sensações para um grupo de cinco artistas que transportam para suas obras aquilo que ouviram.

SINESTÉSICOS: SENTIDOS CRUZADOS também recorre a fontes como  Professor Marcelo Costa, do Instituto de Psicologia da USP, e o Dr. Li Li Min, do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia da Unicamp para explicar como os cérebro humano elabora os sentidos – desde o os órgãos receptores de estímulos externos às áreas cerebrais que processam as informações enviadas por eles.

Gráficos computadorizados ilustram o funcionamento das funções cerebrais e a localização das regiões onde as principais impressões sensoriais são registradas. Outras discussões, como a incidência do fator genético para determinação da sinestesia, são abordadas pelos especialistas. As fontes também revelam aquilo que atualmente a ciência já conhece sobre a sinestesia, bem como as áreas de estudo ainda em exploração.

O neurologista Fabiano Moulin, explica que na maioria das pessoas os sentidos são delimitados entre si, de maneira que as sensações correspondem diretamente a estímulos específicos, sem o “cruzamento” que ocorre nos cérebro dos sinestésicos. Estima-se que de 1 a 4% da população seja capaz de misturar as sensações próprias dos diferentes sentidos – em determinados ambientes, como as escolas de artes, a incidência pode chegar a 20%.

Para Alda, Gabriel, Joshua, Palmira e Viviane, a profusão de sensações faz parte da rotina. Eles são os participantes de SINESTÉSICOS: SENTIDOS CRUZADOS e contam às câmeras como sentem o mundo a sua volta.

Joshua é psicólogo e descobriu ser sinesteta durante uma das aulas da graduação. Para ele, o número cinco é azul claro e as áreas do conhecimento de uma biblioteca também têm suas cores – a filosofia, por exemplo, é verde.

Para Gabriel, a sinestesia é um auxílio em sua profissão de tatuador. Onde há músicas e vozes, ele vê evoluções cromáticas, com formas, linhas e desenhos. Viviane é professora de yoga e, além de ver cores em sons e movimentos, consegue sentir o “toque espelhado”: sempre que algum aluno diz estar com dores e toca a região do corpo afetada, Viviane sente em si a mesma dor.

As cores e as palavras têm cheiro para Palmira. Ela chega a salivar quando o cheiro de determinada cor lhe apetece. Aida identifica sabores e texturas gustativas nos sons e palavras.

Depois de participarem de testes e exames de ressonância magnética, os cinco participam de um experimento diferente: todos farão o test-drive em um carro e relatarão as suas experiências sinestésicas durante a direção. Na segunda etapa, criativos produzirão obras inspiradas no relatos. Entre os tradutores de sensações sinestésicas estão  um chef, artistas plásticos e visuais, um músico, perfumista e especialista em fragrâncias. Ao final, sinestetas e criativos se encontram para compartilhar as sensações através da obras.

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