Pra onde corre o rio chega ao fim. (Divulgação) |
“Pra Onde Corre o Rio”, série inédita de Paula Fiuza, original no Curta!, chega ao oitavo e último episódio na Sexta da Sociedade, dia 14, ás 20h, revelando como o descaso público com o tratamento de esgoto e a especulação imobiliária prejudicaram a vida dos pescadores da colônia da Ilha Pura, que existe há mais de 50 anos na Lagoa de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O despejo irregular de dejetos atrapalha a qualidade e a quantidade do pescado, que agora se resume basicamente e tainhas, espécie mais resistente à poluição. Segundo os pescadores da região, as redes que antes capturavam várias espécies de peixes e crustáceos, agora só recolhem poucas tainhas, que são espécies mais resistentes.
Além deste grave cenário em Ilha Pura, o episódio também traz o depoimento do biólogo e militante ambiental há mais de 20 anos, Mario Moscatelli, que ao longo de toda a série apontou problemas e soluções para as questões ambientais dos rios, canais e lagoas do Rio de Janeiro. Ele relembra o começo da luta pessoal pela revitalização dos manguezais da cidade, especialmente o da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul. “Eu produzia muda de mangue dentro de casa, dentro do meu apartamento. É um investimento de uma vida. Eu não gastei a minha vida. Eu investi uma vida”, pontua Moscatelli. Habituado a circular pela cidade, o biólogo compara a diferença de dimensão dada aos problemas ambientais da Lagoa Rodrigo de Freitas com a Lagoa de Jacarepaguá. “Enquanto a sociedade local na Baixada de Jacarepaguá não sinalizar que as a lagoas são importantes, o político, que é quem assina o cheque, não vai dar a menor atenção pra isso. E isso daqui - a Lagoa de Jacarepaguá – vai continuar essa poça rasa cheia de esgoto e lixo”, alerta.
Ao longo de oito episódios, “Pra Onde Corre o Rio” desvendou os grandes problemas que, há décadas, afetam a natureza do Rio de Janeiro, como a poluição da Baía de Guanabara, dos rios e lagoas; a ocupação irregular de áreas preservadas; a falta de conservação nas áreas de mata; a falta de saneamento básico e as ações de impacto das indústrias poluentes. Uma viagem por terras e águas que há algum tempo já estiveram livres da poluição e da destruição ambiental.
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