TV paga estuda compartilhar seu Big Data


No primeiro grande painel de discussões, que abordou "As Perspectivas para Um Ano de Transformações", programadores e a Net, maior operadora de TV do País representada pelo presidente da América Móvil, José Felix, concordaram que o segmento precisa trabalhar melhor o seu Big Data. Trata-se de melhor aproveitar e até compartilhar o grande volume de dados que já é possível obter sobre o público assinante e seus novos hábitos de consumo de conteúdos não-lineares. É uma forma de melhor entendê-lo e poder ofertar produtos direcionados de acordo com suas necessidades e demandas. A forma como um player como a Netflix usa as ferramentas para fins de fidelização, retargeting e marketing para atender seu público é implicitamente um exemplo para o setor poder melhor aproveitar as informações de que dispõe. No caso da operadora, os dados de consumo com conteúdo de VOD são bastante indicativos das preferências do público também nas ofertas lineares dos canais. Felix afirmou que a operadora investiu bastante para ter os dados sobre as preferências do cliente e há muita informação sobre o consumo dos 35 mil conteúdos do Now – produto de VOD da operadora.

Para Manuel Belmar, diretor de gestão da Globosat, a questão de analytics é um grande diferencial, uma vez que pode determinar a estratégia de conteúdo e também trazer um novo investimento em publicidade, pois ela poderá até ser entregue individualmente."É possível combinar os dados tanto na programação como na publicidade por taggeamentos; a tecnologia já está disponível", diz. Segundo o executivo, a Globosat já conta com um grande volume de dados colhidos através de sua solução de TV everywhere, o Globosat Play, que serve de subsídio para a criação de conteúdos. No entanto, explicou Belmar a este noticiário, para poder usar essas informações na publicidade, seria necessário ter acesso também aos dados colhidos pelas operadoras, que conseguem ter uma precisão maior na localização dos assinantes.

Na Turner, a questão do Big Data é uma investida global e envolve tanto os canais da programadora como as empresas-irmãs HBO e estúdios Warner Bros, com ênfase em ferramentas de Business Intelligence e analytics. A empresa desenvolveu seu próprio DMP – digital management plataform. "Afinal, somos donos dos nossos próprios dados", afirma Gustavo Diament, gerente geral da Turner no Brasil.

Fernando Medín, VP executivo e diretor-geral da Discovery Networks Brasil e Cone Sul, conta que as informações são também importantes para conhecer as preferências de programação do assinante. "O hábito de consumo de conteúdo não-linear influencia toda a programação", afirma. A programadora, além de ter os dados de audiência do mercado, monitora os dados de consumo de seus conteúdos em VOD, websites e até nas redes sociais. Um exemplo, contou Medin a este noticiário, foi a monitoração do website do Discovery Kids, que também ajudou a nortear a criação do novo canal infantil para vídeo-on-demand, o Discovery Kids Play, que está sendo negociado com as operadoras do mercado e terá conteúdos não-lineares, em formatos short e long, além de jogos e atividades.

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