Com a integração da GVT, a estratégia da Telefônica/Vivo para o setor de TV por assinatura, um dos pilares da companhia para suas ofertas multiplay passa pela escolha por qual plataforma de DTH, IPTV e satélite que a empresa irá adotar. A decisão já está tomada, mas o presidente da operadora, Amos Genish, não quis revelar. "Escolhemos o melhor das duas plataformas, e o resultado desse processo vai colocar a Vivo em posições muito interessantes", afirmou ele. Segundo apurou este noticiário, a Vivo está em processo de fazer um RFP para encontrar a melhor solução de satélite que atenda às suas necessidades.
Genish garante estar mais focado em serviço do que tecnologia, adaptando a oferta de acordo com os locais e o custo, e explica que as ofertas por IP e por satélite estão na mesma posição de valor. E dá a entender que a plataforma híbrida da GVT, com conectividade por banda larga, mas programação por satélite, passará a contar também com o video on-demand Vivo Play. "DTH terá a mesma programação no serviço não linear como IPTV até o final do ano." Amos também destacou que o serviço de DTH standalone não faz sentido na estratégia da Vivo.
Ou seja, a plataforma completa de TV por assinatura por satélite da Vivo precisará de uma banda larga para trazer o VOD e complementar toda a oferta. O executivo explica que não acredita em DTH isolado dos demais serviços, já que o mercado é muito focado em ofertas convergentes. "Além de ser competitivo na TV, ganha-se muita escala no combo. O standalone tem dificuldades na eficiência de escala", diz.
Programação
Uma reclamação, que também esteve presente na divulgação de resultados financeiros na semana passada, é a negociação com programadoras. O presidente da Telefônica já havia sugerido que a integração com a GVT vai permitir maior poder para a empresa nessa hora, mas ele ressalta que o custo, que representa "mais de 50% do preço final", é repassado às operadoras sem transparência. "É diferente de telecom, esse segmento (de programação) é o único do mundo em que o preço final está totalmente fechado", disse ele em conversa com jornalistas após o debate na ABTA 2015.
Ele reclama ainda que há falta de flexibilidade dos programadores no empacotamento, o que impediria consumidores de escolher opções de canais mais personalizadas. "Na minha opinião, é um erro enorme. Se o mercado quiser crescer com penetração como da Argentina, de 80%, e da Venezuela, de 50%, tem que rever isso", argumentou. Mais cedo, ele afirmou ainda que essa flexibilidade poderia ser aplicada para plataformas de vídeo não linear para combater as over-the-tops.