Dono do grupo "American Móvil", (Claro/Tv, NET, e Embratel). Reprodução |
A gigante mexicana de telecomunicação América Móvil, do bilionário Carlos Slim, procura vender os ativos que pretende se livrar a um único comprador, disse o porta-voz da empresa Arturo Elias nesta quarta-feira (09). Elias acrescentou que a companhia busca oferecer serviços de voz, informação e vídeo aos clientes do México. Atualmente, a empresa não é capaz de oferecer televisão por assinatura no México.
Nesta terça-feira (08), a América Móvil afirmou que seu conselho aprovou a venda de ativos do grupo para reduzir a participação da empresa no mercado de telecomunicações do México para abaixo de 50%. A decisão foi tomada para evitar novas regras que restrinjam a dominância da empresa sobre o setor. Atualmente, a América Móvil e suas subsidiárias correspondem a 61,8% dos assinantes do setor de telefonia do México, de acordo com Instituto Federal de Telecomunicação.
A América Móvil tem operações em telefonia móvel, internet e telefonia fixa. No Brasil, a empresa opera com as marcas Claro (celular) NET e Embratel (TV, banda larga e telefonia fixa). O conselho da empresa decidiu vender certos ativos para uma nova companhia independente da América Móvil, mas não especificou quais ativos.
Para atender à solicitação do governo, a companhia, que no Brasil controla a Claro, Net e Embratel, precisará eliminar quase 20 milhões de assinantes dos serviços de telefonia fixa e móvel. Por isso, a direção da América Móvil anunciou que comercializará seus ativos, entre eles, estações de radiobase e torres de celular, no País. O grupo também renunciou à compra de 51% das ações da operadora de TV paga Dish México.
De acordo com o jornal, analistas estimam que a venda dos ativos pode gerar até US$ 20 bilhões para o empresário. Nesta semana, em entrevista a uma rádio mexicana, Arturo Elías Ayub, porta-voz das empresas de Slim, disse que a estratégia é comercializar todos os ativos para apenas um comprador. Especula-se que entre os potenciais negociadores estejam AT&T, Vodafone e Deutsche Telekom.
As companhias do bilionário Slim - o segundo homem mais rico do mundo - estão sendo forçadas a cortar custos que cobram de outras empresas para completar chamadas em sua rede e a compartilhar infraestrutura depois que um novo regulador do mercado mexicano declarou a empresa dominante nos setores de telefonia fixa e móvel.
O presidente do México, Enrique Peña Neto, apoiou uma reforma no setor de telecomunicações do país via Congresso no ano passado, que foi projetada para conter o domínio do grupo de Slim, bem como da emissora de televisão Televisa.
Qualquer desinvestimento será feito desde que as unidades de telefonia fixa e móvel da América Móvil não sejam mais declaradas como dominantes, afirmou a empresa. O grupo também afirmou que espera poder ter permissão para oferecer todos os tipos de serviços de telecomunicações, incluindo TV paga.
As empresas de Slim não têm permissão para oferta de serviços de TV diante da dominância delas em outros mercados. Separadamente, a empresa afirmou que venderá torres de telefonia celular e outras infraestruturas.
O anúncio da América Móvil ocorreu depois de a Câmara dos Deputados do México aprovar legislação necessária para reforçar os poderes do novo regulador do mercado.