O grupo Simba, empresa que representa os interesses de SBT, Record e RedeTV! já apresentou às operadoras seu plano de criação de novos canais pagos, que podem começar ir ao ar a partir de 2018, como informa o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL.
A guerra entre o grupo e as operadoras de TV paga rola desde o último dia 29, quando os três canais abertos cortaram da TV paga seus sinais em SP e Grande São Paulo. Os canais querem ser remunerados (a lei permite isso) pelas operadoras, que rejeitam o pagamento.
Desde o fim de março as duas partes vêm discutindo uma solução equilibrada para os dois lados. A Simba vem mantendo contato com Vivo, NET/Claro e Oi. Com essas três empresas as conversas estão caminhando e a expectativa é de que haja acerto nos próximos dias. A Sky, porém, se recusa a conversar.
Pelo acordo feito no Cade, que permitiu a criação da Simba, ela se compromete a gastar de 20% a 60% do valor remunerado na produção de novos conteúdos. Ou seja, o dinheiro que eventualmente as operadoras pagarem às TVs deve ser investido em produção de conteúdo.
Nos encontros com as operadoras, a Simba já apresentou plano de até três canais pagos para lançamento nos próximos anos. Um deles seria de shows e games -- um canal conjunto entre Record, SBT e RedeTV!
Um segundo canal seria montado a partir de antigos programas de Record e SBT, uma espécie de Viva (Globosat), mas sem dramaturgia, conforme noticiamos por aqui anteriormente.
A proposta do terceiro canal, porém, surgiu apenas nos últimos dias: um canal de documentários nacionais, sobre eventos históricos e personagens do país.
Esse canal também seria uma parceria das três emissoras e geraria empregos: seria formada uma nova equipe de jornalismo e de apresentadores. Além desses três também há plano de médio prazo para a criação de um canal de jornalismo 24 horas.
Na verdade, os canais da Simba estão pagando o preço por terem ignorado completamente a TV por assinatura nos últimos 25 anos, ao contrário do Grupo Globo.
IMPASSE
Desde que Record, SBT e RedeTV! deixaram as principais operadoras audiência dessas emissoras caiu até 35%, (dependendo da faixa horária) segundo levantamento a partir de dados consolidados da Kantar Ibope.
Já os canais exclusivamente pagos tiveram um incremento em audiência e participação no universo de TVs ligadas da ordem de 14%. No próximo sábado completar-se-á um mês desde o corte dos sinais.